Liberdade na escolha das ferramentas

Este post é um pouco um desabafo, mas partilho-o porque calculo que haja muita gente que tenha enfrentado situações semelhantes.

Sempre trabalhei em empresas de dimensões pequenas, 25 pessoas no máximo, embora tenha trabalhado em diversos clien

tes, dos mais pequenos aos gigantes.
Ao mudar para a minha nova empresa, com uns enormes 145 funcionários, preparei-me para regras e processos mais rígidos e burocráticos do que os que tive de enfrentar até então. E foi exactamente isso que encontrei.

Se em quase nenhum ponto posso criticar o meu novo empregador, a área de IT é verdadeiramente horrível e toda a empresa é da mesma

opinião. Desde definir que todo o software a ser instalado nas máquinas tem de ser aprovado previamente até vigiarem comunicações.

No entanto, o que mais senti, foram as limitações a nível de ambiente de desenvolvimento. Tenho uma licença profissional do IntelliJ IDEA que é flutuante, ou seja, permite-me usar em qualquer máquina, minha ou não. Como tal queria poder usá-la a meu bel-prazer.
Qual não foi o meu espanto quando depois de efectuar o download e instalar o IDE recebi um email do IT Manager a informar que tal era proibido e que devia desinstalar o software não autorizado. Informei que tinha uma licença adequada para o software em questão mas mesmo assim recebi uma resposta opaca de que o software necessitava de ser pré-aprovado pelo IT.
Ao procurar saber como funciona o processo de pré-aprovação, soube que teria de arranjar um business case para justificar qualquer software diferente que quisesse utilizar. Isto é absolutamente estúpido.

Qualquer programador, especialmente java, usa um sem número de produtos open source, desde bibliotecas a IDEs. Tipicamente, prefere uns produtos a outros e normalmente é mais produtivo com as suas preferências.
O problema é que muitas empresas preferem ter software previamente definido que querem que os programadores utilizem. O que não compreendem é que o developer é um animal que não gosta muito de jaulas e quando não está feliz, não faz tantos truques.

Se eu quero usar Eclipse, Netbeans ou IntelliJ, essa escolha deve ser totalmente minha e livre. Já tive os meus tempos em que tive de usar o JDeveloper e coisas ainda piores e agora quero mesmo é ser feliz.
Como disse o Ricardo Antunes que também aqui colabora no Zona J

uma vez, ninguém diz ao trolha o martelo que tem de usar.

Portanto, senhores responsáveis por estas políticas, por favor, dêem a liberdade a quem usa as ferramentas de escolher as que melhor lhes aprazem. Eles sabem mais disto do que os IT Managers.

4 thoughts on “Liberdade na escolha das ferramentas”

  1. Um pouco dos dois. Eu pessoalmente sempre vi isto de trabalhar como um casamento, apenas trabalho para empresas que demonstrem que realmente estão interessadas em mim e quando eu sinto que gostaria mesmo de trabalhar lá.

    De qualquer forma existem pontos que são difíceis de prever quando se começa a conhecer uma empresa. Eu não me lembraria de perguntar se podia utilizar o meu IDE preferido na minha entrevista de emprego. Talvez me lembre da próxima vez.

  2. A solucao, e’ simples, levas o teu portatil e depois eles que digam o que podes ou nao podes – a menos que levar portateis que nao pertencem ‘a empresa seja proibido tambem. :-)

  3. Eu posso levar portáteis que não pertençam à empresa mas não tenho acesso à rede da empresa, o que inviabiliza a coisa. Também não podemos pensar assim, a empresa é que me tem de fornecer todas as condições para levar a cabo o meu trabalho da forma mais eficiente … e isto inclui usar as ferramentas com as quais sou mais produtivo.
    Além disso, supostamente não posso copiar qualquer artefacto de propriedade intelectual para fora de computadores da empresa sem autorização explícita, embora isto aconteça algumas vezes quando se leva trabalho para casa.

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