Tempos de mudança

Tive uma interrupção longa de actividade nestes

últimos tempos mas desta fez tenho uma excelente desculpa pois andei ocupado a mudar de trabalho e, pior ainda, de País!
Decidi embarcar numa aventura que há muito tempo ponderava e vir para a Irlanda trabalhar. Não é que a Irlanda, mais concretamente Dublin, fosse inicialmente o meu destino, mas a ideia de trabalhar fora do nosso belo canto europeu e aprender imenso sempre me cativou.

O principal factor motivador foi o tipo de trabalho que é possível fazer fora de Portugal. Eu fiz consultoria nos últimos 5 anos e sempre quis experimentar um ambiente de desenvolvimento de produto, algo para o qual nunca vi oportunidades decentes em Portugal. A roupa casual, a possibilidade de aprofundar questões técnicas mais do que num ambiente mais orientado ao cliente e noção de pertença que se tem quando se desenvolve um produto que é basilar para a nossa empresa são vantagens fortíssimas. Um membro do PT.JUG que está cá na Irlanda há mais uns tempos escreveu um post interessante sobre a experiência dele de trabalho nos primeiros meses em Dublin no Bitites.

Uma das características que defini quando comecei a procurar empresas em Dublin foi a capacidade de inovação e até ao momento – e ainda só passaram pouco mais de duas semanas – a empresa para onde vim parece ser mesmo o que queria. Produtos de alta qualidade, inovadores, premiado e únicos no mercado, boas práticas de desenvolvimento interno, gente inteligente e uma lista de clientes impressionante que aumenta de dia para dia. Para dar um exemplo, o produto principal da empresa é um portal movel personalizado (Vodafone em Portugal é nosso) e ainda há umas semanas foi deployed na Sprint nos EUA para 10 milhões de subscritores de planos de dados – e a coisa funciona realmente bem.
A empresa chama-se changingworlds e podem ver mais detalhes em http://www.changingworlds.

Para trás deixo, além do sol e boa comida, os amigos e a família. São as partes realmente complicadas mas continua a valer a pena a experiência internacional, só temos a ganhar na nossa vida profissional, mesmo que corra tremendamente mal. E temos de parar de pensar em nós apenas como portugueses mas como europeus e simplesmente mudar de cidade no nosso continente.

Para trás não fica o PT.JUG. embora longe espero poder comparecer nos encontros do PT.JUG bi-mensais, continuo a participar activamente na organização e buy viagra online on-line, onde a comunidade realmente existe no dia-a-dia. Vou aproveitar também para conhecer os nossos colegas do Dublin JUG que parecem gostar bastante de cerveja.

E prometo agora mais posts técnicos, pois estou com uma actividade muito mais prática e próxima da codificação do que anteriormente.

13 thoughts on “Tempos de mudança”

  1. Olá Ruben! Daqui da Bahia/Brasil estou acompanhando seus passos e torcendo por você! E quem sabe uma hora dessas bebemos umas cervejas juntos por aí na terra do U2…

  2. @Rogério: É mesmo só isso que é preciso, um bocadinho de coragem e paciência para problemas novos que possas enfrentar. Por exemplo, eu não fazia ideia que o sotaque de algumas zonas da Irlanda era tão complicado e no trabalho requer um esforço adicional para ter um bom nível de comunicação.

    @Serge: Um abraço aí de volta :) Que seja uma ou mais cervejas, em copo ou caneca, em Dublin ou no JavaOne 2009 ou noutro lado!

  3. Disclaimer: a Joana é a minha namorada que me acompanhou nesta aventura. Não teria vindo sem ela e é devida a menção aqui no post, senão não há nada para ninguém.

  4. Olá Ruben.

    Um dos maiores problemas que encontrei aí no Norte (Holanda e Alemanha no meu caso) foi a falta de Sol do Inverno. Não o frio mas a falta de Sol. Em todo o caso é natural que nem o notes no primeiro ano (demasiada novidade) e até pode ser que sejas imune. Eis a explicação “técnica” do problema:
    http://serendip.brynmawr.edu/exchange/node/1608

    Se não fores imune, a “light box” funciona. Se um dia for preciso, maila-me que eu explico-te o que é uma “light box”.

    Quanto aos meios de trabalho, ás condições para ser produtivo, a diferença é sempre evidente.

    Eu aqui por Portugal adoptei a solução de comprar o meu próprio hardware. Coloco mesmo essa condição, para só ter de ragatear no que me vão pagar. Não há pachorra para certas discussões…

    As outras condições (organização) pelo menos não me incomodam tão permanentemente como ter à minha frente um calhau em vez de um computador…

    A melhor das sortes,
    PJG

  5. Não sabia dessa explicação científica mas toda a gente – mesmo o pessoal que mora cá e é irlandês – diz que faz muita falta o sol. Eu quero acreditar que me adapto facilmente e se não conseguir lá te vou chatear para saber o que é a light box :)

    Em relação aos meios de trabalho, o hardware especificamente, é bastante mau. Não estava à espera mesmo: tenho um departamente IT daqueles autocráticos que definem tudo o que se instala no pc (pediram-me para desinstalar o InteliJ IDEA depois de verem que o tinha sacado) e deram-me uma máquina com uma partição de sistema de 10GB que, escusado será dizer, se encheu em poucos dias só com updates do windows.
    Enfim, um pouco de burocracia que se põe à frente do princípio de GTD (Get Things Done) mas já vi que o resto do pessoal é da mesma opinião portanto espero que melhore com o tempo.

  6. Sim, todos eles sentem falta do Sol, mas têm a vantagem dos anos de prática a viver sem Sol. Vais ver como eles vão aproveitar cada bocadinho de Sol que surja…

    Ainda assim, a fonte de quem (um Tuga) me falou das light boxes foi um Norueguês.

    Quanto ao equipamento, esse deve ser o tal lado latino dos Irlandeses. Nunca tive esse tipo de problema na Holanda nem na Alemanha, e embora não possa generalizar muito, ainda conheci umas quantas empresas em ambos os países.

    Das empresas em que fiz consultoria, achei as do UK as mais forretas.

  7. O interessante é que hoje recebi a resposta do ticket que coloquei para fazerem resize à partição e vim a saber que aquela é a nova configuração para todas as máquinas e que depende de aprovação do IT Manager para fazerem um trabalhozeco daqueles :|

  8. Abraços amigo! Ainda bem que a aventura está a correr de acordo com as tuas expectativas. É bom ouvir noticias de ti e a Irlanda não é assim tão longe logo quando passares cá (ou nós lá ;)) vamos beber um copo!

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