He is given courses, he is instantly given tests, and he is given examinations. Now I ask you, if this is preparation for life, tell me where, where in the world, where in the relationship with our colleagues, where in the industrial doma
in, where ever again. anywhere in life, is a person given this curious sequence of prepared talks and prepared questions, questions to which the answers are known? Where again is he ever marked in this way? Where again is a structure of authoritarianism masked by the genuine friendliness of the democratic people who are his leaders? Where ever again is a person brought to the day of judgment
every single week?
Esta frase pertence a um discurso histórico de Edwin Land em 1957 no MIT. Conhecido cientista, inventor, professor e homem de negócios, Land era na altura professor do MIT. O discurso Generation of Greatness é ainda hoje relembrado pela sua pujança e força motivacional, embora criticado por algum pendor machista, factor atenuado pelas 5 décadas de atraso.
Land defende o seguinte:
- Aceitar os alunos como homens e tratá-los como tal, em pé de igualdade. Para tal, renunciaria ao modelo de notas por considerar ser desiquilibrado a favor do professor
- Acolher e alimentar os sonhos de grandeza do jovem (ver citação inicial). Uma das formas seria dar a cada um, desde o início, um projecto de investigação próprio
- Introduzir os alunos a vários campos da ciência, não para encontrar especialistas de cada área, mas para dar bases para poderes descobrir a sua especialidade natural
- Disponibilizar os melhores professores e as melhores aulas. Gravar as melhores aulas em vídeo e reproduzí-las posteriormente, aproveitando o entusiasmo inicial dos professores pelos temas que leccionam
- Ligá-los a um colega maduro – o usher - que os orientaria e estimularia não só na área técnica mas também no mundo das artes e literatura, por forma a formar indivíduos mais plenos
Alguns pontos parecem exagerados, e é normal dada a distância temporal. No entanto, a excelência, o amor pela ciência demonstradas no texto são coisa que eu não vi na faculdade.
É verdade que a relação aluno/professor é desigual, porque apenas um tem o poder.
É verdade que um aluno quando entra no curso, sente que não poderá fazer grande diferença, que apenas os génios ou os “crominhos” vão ficar a fazer investigação.
É verdade que os professores se focam mais na investigação do que nas aulas, sendo apenas alguns alunos que se destacam que acabam por seguir a via académica, quando muitos outros, se dada a motivação necessária, seriam tão ou mais capazes.
É verdade que hoje há pessoas que vão para o curso de informática porque tem saída ou porque gostam de jogar. Informática era missão, agora é emprego.
É verdade que cada vez se exige menos dos alunos, e menos dos professores.
É verdade que há pessoas capazes e inteligentes em quantidade mais que suficiente.
Vemos algumas iniciativas – por exemplo, programas de mentorado … mas o mentor não está propriamente interessado em puxar pelo discípulo.
Vejo que há muitos alunos interessados mas que acabam por cair na mediocridade. A faculdade banalizou-se e passou a ser brincadeira e penso que com isso apenas temos a perder. Acredito também que é uma questão de mentalidades e, como todas, são difíceis de mudar e ultrapassar.
Foi apenas um desabafo de quem gostava de ver um ambiente científico mais fervoroso.
Nota: Eu sei que não é o foco deste blog mas o ensino, especialmente o universitário, são especialmente importantes na formação de bons profissionais da nossa área.